Os Chakras – Explicação detalhada individual.

MULADHARA

Nome: (mula = base, adhara = suporte) “Suporte de base”

Elemento: Terra

Símbolo: Lótus de 4 pétalas

Função dos sentidos: Olfato

Cor predominante: Laranja ou vermelho fogo

Yantra: quadrado / sólido Bija mantra: Lam Vayu: Apana

Atua no: Anna-maya-kosha

Guna: Tamas/ negro

Ponto de ressonância: Ânus. Seu trajeto prânico vai até o sacro e de ali sobe até o encéfalo e os centros de governo cerebrais. O Sushumna é seu eixo principal, que une os dois polos no Yukta Triveni (Morada dos três)

Qualidades do chakra: governa nossa existência física, que também é resultado das ações dos nossos Karmas das vidas anteriores, e assim ele governa também as memórias passadas. Individualismo, egoísmo e materialismo fazem parte deste chackra e tudo que nos faz sentir confortáveis no mundo físico.


SVADISHTHANA

SVADISHTHANA

Nome: “Que possui sede própria” (sva= próprio, adhishthana: assento)

Elemento: Água

Símbolo: Lótus de 6 pétalas Função dos sentidos: Paladar Cor predominante: Rosa Yantra: meia-lua / líquido

Bija Mantra: Vam

Atua no: Anna-maya-kosha

Vayu: Apana

Gunas: Tamas/negro

Ponto de ressonância: órgãos reprodutores/ gônadas, testículos.

Qualidades do chakra: uma vez resolvida a questão da sobrevivência, a preocupação vem com a existência da espécie. Está relacionada com a procriação.

A água representa as emoções e as profundezas do subconsciente. Segundo os textos indianos: “Quem fica boiando na superfície não consegue pegar as pérolas que estão no fundo”.


MANIPURA 

manipura

Nome: “Cidade das jóias” (mani = jóia, pura = cidade)

Elemento: Fogo

Símbolo: Lótus de 10 pétalas

Função dos sentidos: Visão

Cor predominante: Verde ou amarelo

Yantra: triangulo / gasoso Bija Mantra: Ram Vayu: Samana

Atua no: Prana-maya-kosha

Gunas: Tamas/negro

Ponto de ressonância: Pâncreas, glândulas supra-renais

Qualidades do chakra: os primeiros chakras envolvem energias que fazem a pessoa sentir-se confortável no mundo externo. Manipura está associado ao relacionamento com o próprio ser, como digerimos e assimilamos nossas experiências. Dependendo da fluência da energia, a força de vontade deste chackra, abre portas para a consciência superior relacionado com os chackras mais elevados. Quando desequilibrado, adiciona poderes à consciência mundana, abaixando sua freqüência vibratória, para os chakras inferiores. 

CHAKRAS MENORES

SURYA (Sol)

CHANDRA (Lua)

Cumprem ação equilibradora para o Manipura e possuem os mesmos Guna, Vayu e Kosha que o Manipura chakra.


ANAHATA

ANAHATA

Nome: “Imbatível” (an = não, ahata = abatido)

Elemento: Ar

Símbolo: Lótus de 12 pétalas Função dos sentidos: Tato Cor predominante: Dourado Yantra: estrela de 6 pontas / aéreo

Bija Mantra: Yam

Vayu: Prana vayu

Atua no: Mano-maya-kosha Guna: Rajas/ vermelho Glândula: Timo

Ponto de ressonância: Considera-se o coração como a sede do Jivatman(alma individual) que se liga diretamente ao cérebro.

Qualidades do chakra: Fraternidade, amor, compreensão, solidariedade, perdão, esperança, confiança nos semelhantes são suas qualidades. Pessoas com este chackra equilibrado tem alegria e visão ampla, conseguem enxergar os assuntos do cotidiano de todos os ângulos. Tem profunda compreensão da natureza humana o que proporciona habilidade para ajudar aos outros e resolver conflitos e confusões sem esforço.


VISHUDDHA

vishudda

Nome: “Purificado” (vishuddha = purificado)

Elemento: Éter

Símbolo: Flor de lótus de 16 pétalas

Função dos sentidos: Audição Cor predominante: Azul prateado Yantra: círculo / etérico

Granthi: Vishnu

Bija Mantra: Ham

Vayu: Udana

Atua no: Vijnana-maya-kosha

Guna: Rajas/vermelho

Glândulas: Tireóide e paratireóides

Qualidades do chackra: Vishudda é a ponte entre o coração e a mente. Equilibrando este chackra a comunicação com os planos superiores acontece harmoniosamente, a partir dele as vibrações são mais elevadas. O elemento Akasha representa a essência de todos os elementos densos. Vishudda tem domínio sobre os sentimentos, emoções e problemas do cotidiano. A busca do conhecimento verdadeiro está em primeiro plano ultrapassando as barreiras de cultura e religião. A fé se afirma.


AJÑA

ajna 

Nome: “Comando” (ajña = comando), “Morada da felicidade”

Elemento: Princípio espiritual, força matriz

Símbolo: Lótus de 96 pétalas

Função dos sentidos: Todos os sentidos e percepção extra sensorial.

Cor predominante: Azul purpura

Yantra: Olho de Shiva

Bija Mantra: Om

Atua no: Ananda-maya-kosha Guna: Sattva/branco Granthi: Olho de Shiva

Glândula: Hipófise, Hipotálamo

Ida e Pingala se originam nas fossas nasais ascendem até o ajna para unirem-se ao Sushumna o que se denomina Mukta Triveni.

Qualidades do chakra: Os olhos de Shiva representam o tempo: passado, presente e futuro. As barreiras do tempo são derrubadas, a pessoa ultrapassa os limites criados por elementos densos, e assim, a comunicação com o Divino torna-se fácil e o conhecimento é ampliado sem limites.


SAHASRARA

sahas

Nome: “Mil (pétalas)” (sahasrara = mil), Sede do Parabrahman

Símbolo: Lótus de 972 pétalas Cor predominante: Violeta Bija Mantra: Sham

Granthi: Brahma

Glándula: Pineal

Chakra polar do Muladhara

Qualidades: Representa o próprio Ser correspondente ao Brahman. O indivíduo participa do mundo como testemunha e desfruta do estado de bem-aventurança, estabelecendo um perfeito equilíbrio com os 5 koshas.

Não existe mais sentimento, emoções e desejos, o discípulo é agraciado por todos os poderes. Quando a energia kundalini alcança o Sahasrara, este se converte em dono de seu destino. 


Descrição dos seis chakras:

O tantrismo produziu muita literatura a respeito dos chakras e muitas foram as descrições feitas pelos yogues. Há, dessa forma, uma rica variação nos detalhes, com diferentes formas de visualizar, compor ou desenhar os centros de energia. Cada tratado observou aspectos distintos da mesma realidade. A proposta fundamental, que paira acima de tudo é o postulado do Tantra de que é a experiência pessoal que deve guiar o adepto em sua prática. Por essa razão, as diversas visualizações dos chakras, que detalhamos deuses, os mantras, as cores, os diagramas, etc., tornam-se pontos de partida para o fortalecimento da experiência interior. Toda riqueza de conteúdo presente na ciência dos chakras insere na prática do Hatha Yoga a possiblidade de realizar no próprio corpo um princípio filosófico básico do Tantra: o macrocosmo está contido no microcosmo e vice- versa. Cada visualização dos chakras, em toda complexidade, em conjunto com um estado mental sereno adquirido pela prática dos asanas, acompanhado do permanente controle do alento (pranayama), faz do instante da prática uma meditação em movimento. É o conjunto dessa prática, que caracteriza o Hatha, que é uma modalidade de Yoga que permite a integração da dinâmica interna do ser humano nos ciclos cósmicos, considerada uma das experiências mais importantes segundo o sistema filosófico do tantrismo.

Em meio a tanta literatura, a obra chamada Shat-chakra-nirupana (“descrição dos seis chakras”) é uma importante fonte para a descrição dos chakras. Segue uma síntese desse tratado, que descreve os seis chakras, do muladhara ao ajña, realizada por Arthur Avalon, um dos pioneiros na tradução desses tratados no Ocidente:

Muladhara: é um lótus de quatro pétalas. As pétalas são vermelhas, e possuem as letras va, sha, SHa, sa, em cor dourada. Em seu centro, há um quadrado rodeado por oito setas e em sua parte inferior está o bija LAM, dotado de quatro braços, sentado no elefante Airavata. Ele é amarelo e segura um raio na mão. No bija, está o deus Brahman menino, vermelho, com quatro mãos, segurando um bastão, uma cuia, um rosário e o gesto de dissipar o medo. Ele tem quatro faces. Há um lótus vermelho,

onde está a divindade que preside o chakra: Shakti Dakini. Ela é vermelha e possui quatro braços, e nas suas mãos estão a lança, a espada, o bastão com o crânio e o copo. Há também um triângulo, que traz dentro o bija klim, em vermelho. Sobre ele, está o Svayambhu-linga, que é escuro, e ao redor dele está kundalini enrolada por três vezes e meia.

 

 

 

 

 

Svadhishthana: é um lótus vermelho- alaranjado, e possui seis pétalas. Nas suas seis pétalas, estão as 6 letras ba, bha, ma, ya, ra, la, com o bindu colocado sobre elas. São da cor de um raio. No meio do lótus está a região das águas, com um lótus de oito pétalas e uma meia-lua. Esta região é branca. Dentro dela está o bija VAM, sobre o makara, com um laço na mão. Dentro do bindu do bija está Vishnu sentado sobre Garuda. Ele tem quatro mãos e está segurando a concha, o disco, a maça e o lótus. Ele está vestido de amarelo,

com uma guirlanda em torno do pescoço, o arranjo chamado shri-vatsa no cabelo e a jóia Kaushtuba no peito, muito jovem de aparência. Em um lótus vermelho de seu interior está Shakti Rakini. Ela é escura, e suas quatro mãos seguram o tridente, o lótus, o tambor e o machado. Ela tem três olhos e presas para fora da boca, sendo terrível de olhar. Ela tem preferência por arroz branco e corre de seu nariz um veio de sangue.

 

 

 

 

Manipura: é da cor de uma nuvem de chuva e possui 10 pétalas, em cada uma das pétalas está uma das 10 letras, Da, DHa, Na, ta, tha, da, dha, na, pa, pha, e são de uma cor azul brilhante, com um bindu sobre elas. Nesse lótus está a região do fogo, vermelha, que tem a forma de um triângulo e fora dele, em cada um dos três lados, há os sinais da svastika. Dentro do triângulo está o bija RAM. O bija é vermelho, está localizado sobre um

carneiro, e possui quatro braços, com um raio, a lança shakti e faz os gestos de dissipar medo e de dádiva. Ao lado, do deus tutelar do bija está Rudra, vermelho, montado num touro, parecendo estar branco devido às cinzas que ele passa em seu corpo. Ele tem aparência de ser velho. Em um lótus vermelho no centro desse lótus está Shakti Lahini. Ela é azul, tem três faces com três olhos em cada, e possui quatro braços, que seguram o raio, a lança shakti, e fazem os gestos de dissipar medo e de dádiva. Ela tem uma presa assustadora, e gosta de arroz e “dhal”, cozidos com carne e sangue.

 

 

 

 

Anahata: é da cor da flor de bandhuka (vermelho/salmão) e nas suas doze pétalas estão as letras ka, kha, ga, gha, Na, ca, cha, ja, jha, ña, Ta, THa, com o bindu sobre elas, na cor alaranjada. Há nele um hexágono de cor de fumaça, e sobre ele está o surya-mandala, com um triângulo brilhando como se tivesse

10.0 raios sobre ele. Acima dele está o deus tutelar do bija YAM (Vayu), sentado sobre um antílope, com quatro braços, segurando um arado. Ao seu lado, está Isha, com três olhos. Seus braços estão estendidos com os

gestos de dádiva e de tirar o medo. No lótus, está Shakti Kakini. Ela tem quatro braços, e carrega o laço, o crânio, e faz os gestos de dádiva e de tirar o medo. Ela é dourada, está vestida em trajes amarelos e veste toda variedade de jóias e guirlandas de ossos. Seu coração está adoçado com néctar. No meio do triângulo está Shiva, sob a forma de bana- linga, com a lua crescente e o bindu sobre sua cabeça. Ele é dourado. 

 

 

 

 

Vishuddha: é da cor púrpuro-acinzentada. Seus filamentos são róseos, e traz as dezesseis vogais (a, aa, i, ii, u, uu, R, RR, L, LL, e, ai, o, au, aM, aH), com o bindu sobre elas. Seu centro é a região etérea, circular e branca. Dentro está o bija mantra HAM. Ele é branco e está revestido com branco, sobre um elefante, e seu deus tutelar tem quatro braços. Ele traz o laço, o açoite, e faz os gestos de dissipar medo e de dádiva. Ao seu lado está Sada-Shiva, montado em uma pele de leão colocada sobre um touro. Ele está com sua

forma de Ardhanarishvara (meio homem, meio mulher) e metade de seu corpo está branca e metade está prateada. Ele tem quatro faces e dez braços. Nas suas mãos estão o tridente, o machado, a espada, o raio, a lança de fogo, o rei das serpentes, o sino, o açoite, o laço e, por último, o gesto de tirar o medo. Ele veste uma pele de tigre e toda sua pele está pulverizada com cinzas. Está com uma guirlanda de serpentes em torno do pescoço. O néctar que pinga da Lua crescente de sua cabeça permanece em sua testa. No lótus, está a região lunar, branca, com quatro braços, cinco faces e três olhos, vestida de amarelo, segurando um arco, uma flecha, um laço e um açoite.

 

 

 

Ajña: é branco e possui duas pétalas. As letras ha e ksha, brancas, estão nele. A deusa tutelar é Shakti Hakini. Ela é branca, possui seis faces de cor vermelha, cada uma com três olhos, possui seis braços e está sentada em um lótus branco. Nas suas mãos, ela mostra o gesto de

dissipar o medo e de dádiva, segura um rosário, um crânio, um tambor e um livro. Dentro de um triângulo está o itara-linga, que brilha como um raio, e dentro de outro triângulo está o atman interior, brilhante como uma labareda. Em seus quatro lados, flutuando no ar, há fagulhas rodeando uma luz que por sua intensidade faz com tudo se torne visível desde o mula até o brahmarandhra. Sobre ele está manas e sobre manas está Hamsa, na região da Lua, em cujo interior está Parama-Shiva com sua Shakti.